Meta pode ser obrigada a vender Instagram e WhatsApp por prática de monopólio, decide justiça dos EUA
Julgamento que começou nesta segunda pode mudar o futuro da gigante da tecnologia liderada por Mark Zuckerberg

A Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp, começou a ser julgada nesta segunda-feira, 14, nos Estados Unidos, em um processo que pode levar ao desmembramento do grupo. A ação, movida pela Comissão Federal de Comércio (FTC), acusa a empresa de manter um monopólio ao adquirir plataformas rivais e eliminar a concorrência de forma sistemática.
O julgamento, que deve durar cerca de dois meses, pode resultar na obrigação da Meta vender o Instagram e o WhatsApp, comprados respectivamente em 2012 e 2014. A decisão final está prevista para os meses de junho ou julho, e caberá ao juiz distrital James Boasberg.
Segundo a FTC, a Meta – ainda sob o nome Facebook na época das aquisições – teria adotado uma estratégia para dominar o mercado de redes sociais e aplicativos de mensagens, prejudicando a livre concorrência. A acusação cita uma frase atribuída ao CEO Mark Zuckerberg em 2008: "É melhor comprar do que competir."
Para a comissão, essa diretriz orientou uma série de ações que incluíram a compra de concorrentes emergentes e a imposição de barreiras à entrada de novos players no mercado. “Incapazes de manter seu monopólio por meio de concorrência justa, os executivos da empresa enfrentaram a ameaça existencial comprando novos inovadores que estavam tendo sucesso onde o Facebook falhou”, diz a denúncia.
O caso é considerado um marco na regulação das chamadas Big Techs nos EUA. Ele se originou ainda durante o governo Donald Trump e continua sendo acompanhado de perto, mesmo sob uma administração que mantém relações mais próximas com grandes empresas de tecnologia.
Em resposta às acusações, a Meta afirmou que suas plataformas competem com outras gigantes como TikTok, YouTube, X (antigo Twitter) e iMessage, e que o processo ameaça a inovação nos Estados Unidos. “Mais de 10 anos depois que a FTC analisou e liberou nossas aquisições, a ação da Comissão envia a mensagem de que nenhum acordo é realmente definitivo”, diz o comunicado divulgado pela empresa.
A aquisição do Instagram, em 2012, custou US$ 1 bilhão em dinheiro e ações. Já a compra do WhatsApp, em 2014, foi feita por impressionantes US$ 22 bilhões, tornando-se uma das maiores transações do setor de tecnologia. Ambas as plataformas continuaram funcionando de forma independente, mas sob o controle da Meta.
Agora, caberá à justiça americana decidir se essas aquisições foram feitas de forma legal ou se representaram uma ameaça à concorrência. O julgamento é visto como um teste importante para o papel dos reguladores frente ao crescente poder das gigantes digitais.
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